Camaro vira atração na arrancada

Desde que desembarcou no Brasil em 2010, trazido oficialmente pela Chevrolet, o Camaro virou o sonho de consumo de muitos apreciadores de carros esportivos no país. O seu visual musculoso passou a atrair os olhares nas ruas. Serviu até de inspiração para uma das músicas mais tocadas este ano. O contato mais próximo do brasileiro com o cupê fez o nome Camaro virar sinônimo de admiração e velocidade.

Toda essa fama pode se conferida no 19º Festival Brasileiro de Arrancada, que ocorre a partir de amanhã e vai até domingo, no Autódromo Internacional de Curitiba, em Pinhais. A Pro Mod, uma das 19 categorias em disputa, pode ser chamada a “dos Camaros”, pois quase todas as bolhas (carrocerias) usadas nela é do modelo da Chevrolet - há uma do Chevrolet Malibu e no ano que vem terá uma do Ford Mustang.

É uma das mais festejadas pelo público, juntamente com a dos dragsters. Os Camaros que competem são inspirados em gerações anteriores do carro – a atual está na quinta. “Acompanhei uma prova nos Estados Unidos e dos 450 veículos participantes, 300 eram Camaros”, destaca Roderjan Busato, piloto curitibano que corre com um “exemplar” 1968, da primeira geração.

O Camaro vermelho com faixas pretas do paranaense é tão conhecido entre o fãs de arrancada como o “Amarelo” é pelos adpetos do sertanejo universitário. Este ano, ele ganhou a companhia de um“irmão gêmeo”, porém na cor branca, pilotado pelo também curitibano Fábio Costa. Ambos tiveram a preparação mecânica feita nos Estados Unidos, berço da arrancada mundial, que os deixaram com a potência de 4 mil cavalos – ou cerca de dez vezes mais forte que o Camaro SS 6.2 V8, vendido no país, que rende 406 cv e atinge 250 km/h de velocidade.

Com um motor Chevrolet V8 525 preparado, Busato registrou a velocidade de 403 km/h e cumpriu os 400 m de reta em 6,1s . A marca, obtida na pista do Velopark, em Nova Santa Rita (RS), em setembro, fez do carro o mais rápido do Brasil. “Em Pinhais, pretendemos alcançar 350 km/h, o que já será uma vitória”, diz o recordista, explicando que o asfalto paranaense não oferece o “grip” (aderência) necessário para repetir o desempenho na pista gaúcha.

A Pro Mod é considerada a categoria mais difícil de guiar. Nos EUA é chamada, inclusive, de “cavalo louco”, devido à dificuldade em se controlar o carro. Helder Gandolfo, piloto curitibano, que também compete com um Camaro , afirma que no meio da reta de Pinhais há um bump (elevação) que deixa a dirigibilidade ainda mais complicada. O veículo perde a pressão aerodinâmica e a tração traseira neste ponto, o que pode fazê-lo mudar a direção e acabar indo parar nos muros ou no outro carro que está na pista ao lado, ressalta Gandolfo. "Sem dúvida, é a mais emocionante da modalidade", resume.